O Ministério Público do Tocantins (MPTO) integrou a programação do curso “Atenção Integral à Saúde das Pessoas em Situação de Violência – Projeto Lírios do Cerrado”, realizado em Paraíso do Tocantins. A promotora de Justiça Anelise Schlickmann Mariano representou a instituição no evento, que discutiu estratégias de enfrentamento a diferentes tipos de violência, incluindo casos contra mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e populações LGBTQIA+, negra e indígena.
Com carga horária de 40 horas, o curso ocorreu no auditório do Paço Municipal e teve como foco capacitar profissionais da saúde, educação e integrantes de movimentos sociais para um atendimento mais eficaz às vítimas. A promotora Anelise Mariano destacou a importância da iniciativa para fortalecer a rede de proteção. “Ao promover conhecimento e articulação entre os setores, avançamos na prevenção e no enfrentamento da violência de forma mais efetiva”, afirmou.
Em sua palestra, a promotora abordou especificamente a violência de gênero, ressaltando que ela atinge mulheres independentemente de classe social, raça ou religião. Anelise explicou o ciclo da violência — que inclui agressões psicológicas, morais, patrimoniais, físicas e sexuais — e os desafios para rompê-lo, como dependência financeira e isolamento social. “É essencial tratar todas as formas de violência com a mesma seriedade, garantindo que cada vítima seja acolhida com dignidade”, disse.
Além de atuar na repressão aos crimes, acompanhando investigações e cobrando políticas públicas, o Ministério Público também promove ações preventivas, como campanhas educativas e parcerias com instituições locais. O curso integra um esforço estadual para qualificar o atendimento às vítimas de violência, tema que ganha relevância diante de dados como os do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, que apontam alta nos registros de violência doméstica no país.
A capacitação foi realizada em formato presencial e contou com a participação de diversos setores envolvidos na assistência social, saúde e educação.Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência no Brasil nos últimos anos. Iniciativas como a do MPTO e do Projeto Lírios do Cerrado buscam mudar essa realidade por meio da formação de profissionais que são, muitas vezes, a primeira porta de saída para vítimas.
Serviço:
Vítimas de violência podem buscar ajuda pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou Disque 100 (Direitos Humanos). Em casos de emergência, a orientação é acionar a Polícia Militar (190).