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Créditos: Canal Rural

Especialista explica: carne a pasto ou confinada, qual é mais saborosa e saudável?

A preferência entre carne de boi criada a pasto ou em confinamento é tema de debate entre consumidores e produtores. Mas afinal, qual tipo de carne é mais saborosa e saudável? Para o doutor em Zootecnia Rogério Coan, especialista em engorda intensiva e consultor pecuário, a resposta depende de diversos fatores — principalmente do manejo adotado na produção.

Durante participação no quadro Giro do Boi Responde, exibido pelo programa Giro do Boi, Coan esclareceu a dúvida enviada pelo pecuarista Ricardo Costa, do município de Chorozinho, no Ceará. De acordo com o especialista, a carne produzida a pasto, principalmente em sistemas de baixa tecnologia, é proveniente de animais alimentados exclusivamente com forragens. Essa dieta natural, rica em clorofila e betacaroteno, resulta em uma carne com coloração mais amarelada, menor teor de gordura saturada e maior concentração de ácidos graxos como ômega 3 e ômega 6, considerados benéficos à saúde. No paladar, essa carne costuma apresentar textura mais firme e sabor mais terroso, o que agrada quem busca um produto mais natural. “Muita gente prefere esse tipo de carne porque ela não tem gordura marmorizada e tem um sabor mais ‘raiz’”, afirmou Coan.

Já a carne de animais confinados segue outro perfil. Com uma dieta balanceada e controlada, os animais confinados costumam ser mais jovens e desenvolvem maior marmoreio — aquelas veias de gordura entremeada — além de oferecerem uma carne mais suculenta, macia e com sabor adocicado. O especialista explica que, nesse caso, o sabor suave e a uniformidade da carne conquistam os consumidores que priorizam maciez no consumo.

Apesar das diferenças de características sensoriais e nutricionais, Coan ressalta que não existe uma escolha certa ou errada. “É uma questão muito de paladar individual. Tem quem prefira o sabor forte da carne a pasto e quem valorize a maciez da carne de confinamento”, disse. Independentemente do sistema de criação, a qualidade do produto final está diretamente relacionada ao bom manejo, nutrição adequada e cuidados sanitários. Segundo o zootecnista, tanto confinamentos quanto sistemas extensivos podem produzir carnes saudáveis e seguras, desde que respeitem protocolos rígidos de bem-estar animal e sanidade. “Uma carne com protocolo sanitário adequado sempre será saudável”, enfatizou.

Para o mercado, os dois tipos de carne encontram espaço, sendo necessário que o pecuarista conheça o perfil do consumidor que deseja atingir. Segundo Coan, o importante é entregar um produto de qualidade, seja ele mais rústico ou mais nobre. “O sucesso está no manejo, não no sistema de criação”, finalizou.

Canal Rural

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