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Vício em jogos: “Joguei meu salário e entrei num buraco sem fim”, diz moradora de Palmas

O TO Em Notícia inicia uma série de reportagens que mostram a realidade dos jogos online. Dívidas, problemas emocionais, amizades de anos desfeitas. A realidade de personagens do Tocantins no mundo obscuro do vício… 

Redação TO Em Notícia 

TO Em Notícia dá início a uma série especial sobre o vício em jogos online, uma realidade silenciosa que já afeta milhares de famílias no Tocantins. O vício em jogos online começa de forma sutil. Foi assim com uma moradora de Palmas, ouvida com exclusividade pelo TO Em Notícia. O que parecia apenas uma distração ocasional se tornou um drama com prejuízos financeiros e emocionais profundos. “Comecei jogando dois, cinco reais. Era pouco, mas o suficiente para acreditar que estava ganhando. É o suficiente para o vício tomar conta da nossa mente”, contou.

A ilusão do controle, típica do vício em jogos, fez com que ela apostasse R$ 1.500 do salário  de R$ 2.850  em apenas um dia. “Foi o meu primeiro fundo do poço”, lembra. Mãe solo, pagando aluguel e responsável por uma filha de 12 anos, ela se viu sem dinheiro no dia seguinte. “Deixei minha filha na escola, mas não consegui trabalhar. Só consegui sair de casa de novo para buscá-la.”, completou. Sem recursos, recorreu a empréstimos e mentiras. “Pedi dinheiro dizendo que minha filha precisava de exames. Depois, peguei com colegas, com meu irmão e até com a minha chefe. Quando percebi, já devia mais de R$ 3 mil.”, disse.

Esse padrão de apostas crescentes, mentiras, isolamento, ansiedade e culpa  é comum em casos de vício em jogos. A compulsão afeta o cérebro de maneira semelhante ao uso de drogas, ativando centros de prazer e criando uma dependência perigosa.  É o que afirma a Sociedade Brasileira de Psiquiatria. O vício em jogos é classificado como transtorno do controle de impulsos. O tratamento envolve psicoterapia, apoio da rede de apoio e, em alguns casos, uso de medicamentos.

A virada veio com um pedido de ajuda. “Contei tudo para uma amiga que me ajudou a buscar uma terapeuta. Estou em acompanhamento e consegui parar de jogar. Ainda carrego muita culpa pelo que deixei de fazer pela minha filha, mas estou tentando sair desse buraco.”, afirmou. A dependência gerada pelo vício em jogos online é um problema de saúde mental em crescimento no Brasil. As plataformas, com promessas de lucros fáceis, continuam atraindo principalmente jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade emocional e financeira.

Próxima reportagem: dívida de R$ 40 mil em um único clique

Na próxima matéria da série sobre o vício em jogos, você vai conhecer o relato de um estudante tocantinense que perdeu R$ 40 mil em uma única aposta. O impacto da compulsão deixou marcas profundas em toda a família. Acompanhe o TO Em Notícia e compartilhe essa informação. Alguém próximo pode precisar de ajuda.

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