O recurso impetrado na sexta-feira (5) pela defesa do governado afastado, Wanderlei Barbosa, caiu sob a relatoria do ministro Edson Fachin, cuja trajetória em processos de combate à corrupção acende um alerta na defesa.
Fachin consolidou sua imagem como um magistrado rigoroso em casos de improbidade administrativa e corrupção, especialmente durante sua atuação na Operação Lava Jato, quando foi relator de diversos processos envolvendo políticos de alto escalão. Em sua relatoria, Fachin já determinou a manutenção de prisões preventivas, homologou delações premiadas e confirmou medidas cautelares contra governadores, senadores e deputados.
Um exemplo é a decisão de manter, em março de 2021, o afastamento do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acusado de irregularidades na área da saúde. Em outro momento, Fachin também foi responsável por validar operações da Polícia Federal que tinham como alvo desvios de recursos públicos durante a pandemia da covid-19, reforçando sua linha dura em casos envolvendo verbas destinadas a áreas sociais sensíveis.
Essa postura do ministro se soma à robustez do inquérito da Operação Fames-19, que apura o desvio de milhões de reais destinados à compra de cestas básicas para famílias vulneráveis em 2020 e 2021. O material levantado pela Polícia Federal indica não apenas a prática dos crimes, mas também sinais de continuidade delitiva, como boletos em nome de Wanderlei pagos em espécie em casas lotéricas do interior e a transferência de milhões para financiar uma pousada de luxo em Taquaruçu, empreendimento associado ao governador afastado e a seus filhos, o deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos) e o superintendente do Sebrae Tocantins, Rérison Antônio.