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Caixa mantém foco no agronegócio, mas vê “grande desafio” com avanço da inadimplência

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, classificou nesta quinta-feira (18) como “grande” o desafio de lidar com o aumento da inadimplência no agronegócio. A declaração foi feita em São Paulo, durante coletiva sobre o balanço do segundo trimestre.

Vieira informou que o banco pretende manter a carteira de crédito rural entre R$ 61 bilhões e R$ 63 bilhões enquanto avalia melhor o cenário do setor.A vice-presidente de Riscos, Henriete Bernabé, disse esperar nova deterioração nos índices de atraso, mas afirmou que o problema já está “precificado”. Ela ressaltou que o crédito ao agro representa parcela pequena do portfólio total da Caixa, hoje próximo de R$ 1,29 trilhão.

Ao fim de junho, a carteira rural somava R$ 60,5 bilhões, alta de 2,6% em 12 meses e queda de 4,8% em relação a março. A inadimplência atingiu 7,02%, avanço anual de 4,9 pontos percentuais e trimestral de 2,71 pontos.

Bernabé observou que medidas recentes do governo podem aliviar a situação, entre elas a medida provisória que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas de produtores afetados por eventos climáticos e a resolução do Conselho Monetário Nacional que flexibiliza critérios de cura de créditos em atraso.

A executiva também prevê nova alta da inadimplência entre pequenas empresas no terceiro trimestre. Segundo ela, o movimento reflete tendência de mercado. O saldo de crédito comercial para pessoas jurídicas encerrou junho em R$ 105,8 bilhões, incremento de 8,1% em 12 meses e de 1,8% ante março. A taxa de atraso chegou a 11,28%, ante 7,01% um ano antes e 9,26% no trimestre anterior.

Vieira acrescentou que a Caixa passa por reposicionamento no relacionamento com grandes empresas, com foco na emissão de debêntures. O objetivo, segundo ele, é reduzir o custo de capital dos clientes. “Muitas companhias estão nos procurando para operações de debêntures”, afirmou. A coletiva ocorreu um dia após a divulgação do resultado trimestral do banco.

Com informações de CNN Brasil

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