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Foto: Secretaria de Segurança Pública do TO

Operação Orange: Polícia conclui inquérito sobre esquema que desviou mais de R$ 8 milhões no Tocantins

A Polícia Civil do Tocantins concluiu nesta segunda-feira (26) o inquérito da Operação Orange, que desvendou um esquema milionário de sonegação fiscal, uso de empresas de fachada, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A investigação aponta que o grupo causou um prejuízo superior a R$ 8,3 milhões aos cofres públicos estaduais. O caso está agora sob análise da 1ª Vara Criminal de Gurupi.

De acordo com a Divisão Especializada de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DRCOT), três pessoas foram identificadas como os principais articuladores do esquema: F.B.M, de 35 anos; sua companheira, C.K.V.O, de 37; e o contador V.G.P.F, de 47 anos (já falecido). O grupo utilizava “laranjas” — pessoas vulneráveis, em situação de pobreza — para registrar empresas com altos débitos fiscais e simular movimentações legais. A transferência das cotas era feita por valores irrisórios, como R$ 100 mil, e as empresas eram registradas em municípios onde nunca funcionaram, como Formoso do Araguaia e Natividade.

Segundo o delegado Vinícius Mendes de Oliveira, o contador alugava salas comerciais apenas para instalar placas e dar aparência de legalidade aos negócios. A investigação revelou também a prática de concorrência desleal, com empresas do grupo operando com preços abaixo do mercado por não recolherem tributos. O inquérito mostra que F.B.M continuava controlando as empresas por meio de procurações, mesmo após a venda fictícia. Parte do patrimônio do grupo foi transferido para empresas registradas em nome de C.K.V.O, incluindo veículos, como forma de driblar execuções fiscais.

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários endereços, com a apreensão de documentos, eletrônicos e veículos. A Polícia Civil também solicitou o sequestro de bens com base na Lei de Lavagem de Dinheiro, para garantir o ressarcimento dos valores desviados. Os “laranjas” identificados — A.A.R e P.S.S. — não foram responsabilizados criminalmente por não terem ciência do esquema. Já os principais envolvidos, F.B.M e C.K.V.O, aguardam em liberdade o prosseguimento do processo.

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