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Agronegócio responde por 60% da energia renovável gerada no Brasil, indica FGV

Brasília – Levantamento do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que o agronegócio é responsável por 60% de toda a energia renovável produzida no país. Sem essa participação, a fatia de fontes limpas na matriz energética brasileira cairia de 49% para aproximadamente 20%, índice próximo à média global de 15%.

O estudo destaca que a agropecuária não apenas assegura a oferta de biocombustíveis para o transporte, mas também fornece insumos energéticos a diversos segmentos industriais. Entre as principais fontes estão o etanol de cana-de-açúcar, o biodiesel de soja, o biogás obtido de resíduos agropecuários, a lenha de florestas plantadas e a lixívia gerada pela produção de celulose.

Na década de 1970, mais de 40% da bioenergia do campo vinha de lenha e carvão vegetal. Esse cenário começou a mudar nos anos 1980 com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que impulsionou o uso de derivados da cana. Entre 1988 e 2003, a contribuição do agronegócio manteve-se em torno de 20% da matriz energética nacional, enquanto a oferta de lixívia subiu de 1,2 milhão para 3,7 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP).

Nos 20 anos seguintes houve forte diversificação das fontes. A energia proveniente da cana quase triplicou, favorecida pela popularização dos veículos flex e pela geração de eletricidade a partir do bagaço. Produção de lenha e carvão vegetal duplicou, refletindo o avanço da silvicultura, e a oferta de lixívia cresceu cerca de 300% com a expansão da indústria de papel e celulose.

Com esses avanços, a bioenergia agropecuária saltou de 6,5 milhões de TEP em 1970, equivalentes a 9,7% da matriz, para 91 milhões de TEP em 2023, representando 29,1% da energia nacional. O ápice ocorreu em 2020, quando a participação chegou a 30,1%.

Atualmente, mesmo sendo grande consumidora de energia, a agropecuária gera cerca de 29% de toda a oferta energética do Brasil, consolidando-se como pilar da transição para fontes mais sustentáveis, segundo a FGV.

Com informações de Gazeta de Toledo

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