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Agronegócio vira tema central na mídia entre 4 e 8 de agosto com temor de sanções dos EUA e avanço de negócios com a China

A semana de 4 a 8 de agosto registrou 158.790 menções ao agronegócio, volume 2 % maior que no período anterior, de acordo com levantamento da LIKE Inteligência. O monitoramento identificou forte contraste entre narrativas negativas, ligadas a possíveis novas sanções dos Estados Unidos, e aspectos positivos, como a habilitação de 183 exportadoras brasileiras de café pela China.

Setores atingidos pelo novo pacote tarifário norte-americano cobraram do governo federal um plano de contingência que não foi apresentado até o fim do período analisado. A demora alimentou 125 mil menções em 6 de agosto, data em que também ganhou força o receio de restrições ao fornecimento de fertilizantes russos, insumo estratégico para a produção agrícola nacional.

Analistas, parlamentares da base e da oposição associaram a tensão diplomática ao desgaste provocado pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. O tema gerou o maior pico da semana, com 150 mil citações em 5 de agosto, e foi apontado como fator que pode dificultar ainda mais o diálogo com Washington.

Em sentido oposto, organizações do setor apresentaram iniciativas para reduzir a exposição aos Estados Unidos. Entre elas, tratativas para liberar a carne bovina no Japão, missão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) ao Vietnã e campanha internacional da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para ampliar destinos de frango e suíno.

A confirmação, pela Administração Geral de Alfândegas da China, de 183 habilitações de exportadoras brasileiras de café um dia após o anúncio das tarifas americanas repercutiu positivamente na imprensa e nas redes sociais. Outro alívio veio da prorrogação pela China da investigação sobre compra de carne bovina, decisão que mantém aberto um mercado considerado estratégico.

Entre os canais de comunicação, G1, CNN, Estadão, Valor, Revista Oeste, Jovem Pan News e UOL concentraram a maior parte das publicações, enquanto perfis como @LulaOficial, @BolsonaroSP, @MidiaNinja e @portalG1 se destacaram no Instagram. No X (Twitter), as contas de @TerezaCrisMS, @Metropoles e @PedroRoussef apareceram entre as mais ativas. Veículos especializados, como Globo Rural, AgroEstadão e Canal Rural, também lideraram a cobertura setorial.

Do lado positivo, o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, foi uma das vozes mais presentes na cobrança por suporte governamental ao setor; o vice-presidente Geraldo Alckmin foi citado como articulador de diálogo; e Marcos Matos, do Cecafé, ganhou visibilidade por tentar excluir o café do tarifaço e buscar alternativas comerciais. Na ala crítica ou polarizada, o deputado Eduardo Bolsonaro declarou atuar por mais sanções dos EUA, enquanto a ministra Marina Silva liderou vetos na Lei do Licenciamento Ambiental. André Corrêa do Lago, presidente da COP30, também entrou no debate ao ameaçar, e depois recuar, retirar o evento de Belém.

Agronegócio vira tema central na mídia entre 4 e 8 de agosto com temor de sanções dos EUA e avanço de negócios com a China - Imagem do artigo original

Imagem: farmnews.com.br

O sentimento geral das publicações ficou dividido entre 45 % negativo, 40 % neutro e 15 % positivo. Já as menções ao eixo “Crise EUA_Trump_Bolsonaro” somaram 396.170 ocorrências, queda de 49 % na comparação semanal, das quais cerca de 25 mil citaram diretamente o agronegócio. No mercado, a maior volatilidade do preço do boi gordo em julho continuou gerando discussões, após a cotação atingir o menor nível do ano. O monitoramento da LIKE Inteligência é publicado semanalmente com o objetivo de mapear tendências, identificar riscos e oportunidades para o setor.

Com informações de Farmnews

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