Rondonópolis (MT) – Aos 89 anos, Lúcia Borges Maggi figura como a mulher mais rica do Brasil, segundo a revista Forbes, com patrimônio estimado em cerca de US$ 7 bilhões. Cofundadora do Grupo Amaggi, um dos maiores produtores e exportadores de soja do mundo, a empresária mantém rotina reservada na cidade de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, longe de cargos executivos e dos holofotes.
O negócio familiar começou em 1977, quando Lúcia e o marido, André Maggi, criaram a Sementes Maggi em São Miguel do Iguaçu (PR). Dois anos depois, atraídos pelo potencial agrícola do Centro-Oeste, transferiram a operação para Mato Grosso, movimento que se tornou decisivo para o crescimento da companhia.
Nas décadas seguintes, a empresa evoluiu do cultivo de grãos para um modelo verticalizado que abrange processamento, comercialização de insumos, geração de energia elétrica e infraestrutura logística – silos, portos, terminais e frota própria de caminhões. Hoje, a Amaggi exporta principalmente para Europa e Ásia.
A morte de André Maggi, em 2001, colocou Lúcia como principal acionista e responsável pela estratégia do grupo. Sem assumir funções operacionais, ela integra o conselho consultivo, onde acompanha decisões-chave e preserva os valores da companhia. Em 2023, a Amaggi alcançou faturamento de R$ 23,51 bilhões e ocupou a 13ª posição entre as 100 maiores empresas do agronegócio no país. No mesmo ano, a Forbes posicionou Lúcia na 350ª colocação do ranking global de bilionários, com fortuna de US$ 6,7 bilhões (cerca de R$ 35,4 bilhões).
O grupo adota tecnologias de agricultura de precisão, monitoramento por satélite e programas de recuperação florestal. Também investe em hidrelétricas e projetos de biomassa, medidas que visam reduzir impactos ambientais e ampliar a eficiência energética.
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Apesar dos números bilionários, quem convive com Lúcia relata uma rotina simples. Ela evita entrevistas, não ostenta bens de luxo e faz questão de aprovar pessoalmente decisões importantes. A empresária preside ainda a Fundação André e Lucia Maggi, que financia iniciativas em educação, saúde e desenvolvimento regional, incluindo bolsas de estudo, campanhas de vacinação e capacitação profissional.
Lúcia é mãe de cinco filhos. Entre eles, Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ministro da Agricultura no governo Michel Temer, mantém participação acionária na companhia e atuação próxima à gestão familiar. Com quase nove décadas de vida, Lúcia Borges Maggi segue comandando, nos bastidores, um dos maiores conglomerados do agronegócio nacional, comprovando que simplicidade e visão de longo prazo podem caminhar lado a lado com resultados bilionários.
Com informações de Compre Rural
