Famílias da zona rural de Porto Nacional começaram a ser cadastradas para receber poços semiartesianos por meio de um programa de segurança hídrica que pretende amenizar a falta de acesso à água na região. Com investimento superior a R$ 20 milhões, o projeto prevê a perfuração de 400 poços em 58 comunidades rurais, beneficiando mais de 4.100 famílias.
O objetivo é enfrentar a vulnerabilidade hídrica que impacta diretamente o consumo humano, a produção agrícola e a criação de animais. Um levantamento inicial revelou que mais de 900 famílias vivem sem acesso regular à água nas propriedades. Os poços serão equipados com bombas submersas e reservatórios de 4 mil litros.
A área rural foi dividida em quatro regiões para facilitar a logística de atendimento: de Palmas a Monte do Carmo; de Monte do Carmo a Silvanópolis; Luzimangues; e a região que abrange Brejinho de Nazaré e Fátima. Morador do assentamento Zé Pereira, o produtor José Ângelo Alves destacou a importância da iniciativa. Ele afirma que, mesmo em períodos de chuva, muitas famílias não conseguem captar água suficiente para manter as atividades básicas no campo.
Para o secretário municipal de Agricultura, Fernando Windlin, o programa vai proporcionar estabilidade hídrica para comunidades que dependem de cacimbas, cisternas ou córregos, que secam durante a estiagem. Segundo ele, os poços vão garantir mais dignidade e permitir que essas famílias mantenham suas atividades com segurança.
O secretário de Bem-Estar, Mobilidade e Recursos Hídricos, Ailton Francisco da Silva, reforçou que o investimento contribui não só com o bem-estar das famílias, mas com o desenvolvimento econômico do município. Com água disponível, os produtores poderão cultivar a terra e garantir renda para suas famílias.
O cadastramento segue nos dias 24 e 25 de junho para moradores das regiões 1 e 2 e nos dias 26 e 27 de junho para as regiões 3 e 4. O atendimento é realizado na Secretaria Municipal de Bem-Estar, localizada no Anexo II da Prefeitura. A data de cadastramento para a região de Luzimangues ainda será divulgada.
Para participar, é necessário ter propriedade rural no município, comprovar insuficiência de água, apresentar documentação que comprove posse ou domínio da terra e estar cadastrado nos órgãos do município. É exigido ainda que a propriedade tenha energia elétrica e esteja em conformidade com as legislações ambiental e cível. Técnicos também farão visitas sociais para avaliação da situação das famílias.
A documentação exigida inclui RG, CPF, título de eleitor, comprovante de endereço rural, folha resumo do CadÚnico e documentos da propriedade, como escritura, contrato de compra e venda, CCIR e CAR. A expectativa é de que os primeiros poços comecem a ser perfurados ainda neste ano.