A nova fase da Operação Fames-19, deflagrada nesta quarta-feira (3), alcançou figuras centrais do governo estadual e resultou na apreensão de aproximadamente R$ 700 mil em espécie em um imóvel ligado à secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Valderez Castelo Branco, em Araguaína, norte do Tocantins.
A ação da Polícia Federal é a mesma que afastou do cargo o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e a primeira-dama Karine Sotero Campos, secretária extraordinária de Participações Sociais, ambos por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O afastamento tem prazo de 180 dias, e quem assume o comando do Executivo é o vice-governador Laurez Moreira (PSD).
De acordo com a investigação, os recursos apreendidos seriam parte de um suposto esquema de desvio de verbas públicas entre 2020 e 2021, período marcado pela pandemia de Covid-19. O inquérito aponta que emendas parlamentares teriam sido direcionadas para contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados em troca de propina.
Valderez, que foi deputada estadual entre 2014 e 2022, aparece nas investigações como uma das parlamentares que destinaram recursos para os contratos sob suspeita. O nome dela também consta em planilhas de controle analisadas pela Polícia Federal. Em nota, a defesa de Valderez informou que a secretária já prestou depoimento e está à disposição da Justiça, ressaltando que irá se pronunciar de forma completa assim que tiver acesso ao processo.
Atualmente, Valderez ocupa a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, cargo que assumiu em 11 de agosto deste ano. No governo de Wanderlei Barbosa, já havia exercido funções como secretária extraordinária de Participações Sociais e, posteriormente, na Secretaria de Ações Governamentais.