A Polícia Civil do Tocantins detalhou nesta quinta-feira (10) como funcionava o golpe do falso advogado, desmantelado durante a Operação Espada de Themis, deflagrada nas primeiras horas do dia. O esquema criminoso usava dados reais de processos judiciais para aplicar fraudes em pessoas que aguardavam o recebimento de valores por meio de ações na Justiça.
Segundo as investigações da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), os golpistas monitoravam processos públicos e enviavam mensagens pelo WhatsApp se passando por advogados ou escritórios de advocacia. Nas mensagens, afirmavam que o cliente havia ganhado a causa e que o valor seria liberado, mas que, antes disso, era necessário o pagamento de “taxas obrigatórias” para viabilizar o repasse.
As vítimas, acreditando na veracidade das informações — que incluíam dados reais dos processos —, acabavam realizando depósitos em contas bancárias indicadas pelos criminosos. Os valores eram então desviados por meio de uma rede de contas laranjas. O grupo usava técnicas de engenharia social para tornar a fraude ainda mais convincente, se aproveitando da ansiedade e falta de conhecimento jurídico das vítimas.
O golpe já causou prejuízos estimados em mais de R$ 150 mil somente no Tocantins. A operação envolveu mais de 90 policiais civis e contou com o apoio das polícias civis do Ceará e de Alagoas. Ao todo, foram expedidos 10 mandados de prisão temporária e 9 de busca e apreensão. Até o momento, seis pessoas foram presas, e as demais ainda são procuradas.
Durante coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública, Bruno Azevedo, destacou o caráter pedagógico da operação: “Essa ação não apenas combate o crime, mas serve de alerta à população. Preservar a credibilidade do sistema judicial também é uma prioridade”, afirmou.
O delegado-geral da Polícia Civil, Claudemir Luiz Ferreira, reforçou a orientação para que qualquer pessoa que receba mensagens de supostos advogados, solicitando valores, confirme as informações com seu advogado de confiança, usando canais oficiais. “Nunca confie apenas no número que enviou a mensagem. Golpistas estão cada vez mais sofisticados”, alertou. A Polícia Civil ainda investiga se há mais vítimas no Tocantins e em outros estados. Denúncias podem ser feitas anonimamente pelos canais da SSP-TO.