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Tarifa de 74,9% imposta pelos EUA ameaça exportações brasileiras de biquínis

Uma sobretaxa de 74,9% aplicada pelo governo norte-americano sobre biquínis e maiôs brasileiros coloca em risco o principal destino das exportações nacionais de moda praia. Os Estados Unidos concentram 40% dos embarques do segmento, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), com base em dados do Comex Stat.

No ano passado, as vendas de peças de moda praia ao mercado norte-americano somaram US$ 4 milhões, o que representou 18% de todas as exportações brasileiras de vestuário para aquele país. Maiôs e biquínis correspondem isoladamente ao maior volume exportado nessa categoria.

A Galileia, empresa do empresário Nicolas Katsorchis, destina 80% de sua produção ao mercado norte-americano. Na fábrica da marca Mar Egeu, no bairro do Brás, em São Paulo, cerca de 3 mil biquínis aguardam liberação, mas os embarques foram suspensos em razão do novo imposto.

Apesar do cenário adverso, a Mar Egeu mantém um showroom, centro de distribuição e comércio eletrônico próprios em Miami. Entre os principais clientes estão as plataformas de e-commerce Revolve e FWR. De acordo com a diretora Tauane, até o momento não houve cancelamento de pedidos nem redução das compras nos Estados Unidos.

A companhia estuda alternativas para abrandar os efeitos da sobretaxa. Entre as possibilidades analisadas estão a diluição do risco entre os intermediários da cadeia, cortes de custos e revisão das margens de lucro, a fim de absorver parte do impacto tributário. Segundo a executiva, não há planos de conceder férias coletivas aos trabalhadores.

O governo brasileiro anunciou a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelas novas tarifas, enquanto especialistas discutem o alcance das barreiras comerciais aplicadas tanto pelo Brasil quanto pelos Estados Unidos.

Com informações de Estadão

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