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Taxação dos EUA sobre produtos brasileiros pode afetar exportações do Tocantins; veja nota técnica da FAET

A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 6 de agosto de 2025 já acende um sinal de alerta para o setor agropecuário tocantinense. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), a medida deve impactar diretamente a economia nacional, com efeitos severos sobre o mercado interno e os produtores rurais.

Produtos como carne bovina, café, frutas frescas, ovos e tilápia estão entre os mais afetados pela taxação. A carne bovina, principal item da pauta de exportação do Tocantins, deve sofrer forte impacto. Os Estados Unidos são atualmente o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, ficando atrás apenas da China. Em 2024, os norte-americanos importaram mais de US$ 2,8 bilhões em produtos de origem animal do Brasil — 95,7% desse valor corresponde à carne bovina.

O Tocantins é o 9º maior exportador de carne bovina para os EUA, e o segundo da região Norte. Em 2024, o estado embarcou cerca de US$ 73,8 milhões em produtos de origem animal para o mercado norte-americano, o que representa 3,8% da carne bovina brasileira exportada aos EUA. Atualmente, apenas um frigorífico tocantinense está habilitado para esse tipo de operação.

Com a nova tarifa, a carne bovina tocantinense perde competitividade no exterior, o que pode gerar queda no escoamento da produção e redução na renda dos produtores locais. A FAET defende que o governo federal atue junto ao governo norte-americano para tentar reverter a medida. Além disso, reforça a importância de que a indústria busque novos mercados consumidores como forma de reduzir os prejuízos e manter a sustentabilidade da cadeia produtiva. Clique aqui e confira na íntegra a nota técnica divulgada pela entidade.

Outros mercados 

No Brasil 13 estados estão aptos para exportar carne bovina para os EUA, o Tocantins ocupa a 9ª colocação entre os estados, sendo o segundo maior exportador da região Norte, atrás de Rondônia. Contudo, o volume da exportação para os EUA está concentrada em um único frigorífico habilitado, situado em Araguaína (Minerva S.A.), enquanto que, no Brasil, há um total de 57 estabelecimentos autorizados (MAPA, 2025).

Os produtos de origem animal exportados do Tocantins para os EUA são segregados em duas categorias: carnes, que correspondem a 72% da exportação, enquanto os outros 28% são referente aos demais produtos de origem animal. Dessa forma, o Tocantins é responsável pela exportação de 3,8% da carne brasileira para os EUA, sendo que a totalidade dessas exportações refere-se exclusivamente à carne bovina. No entanto, o estado do Tocantins possui outros países como importantes parceiros econômicos, sendo a China o principal mercado externo, absorvendo 43,8% das exportações tocantinenses.

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