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Você escolhe ou repete? Psicólogo Hytalo Mangela analisa o padrão do “dedo podre” nos relacionamentos

Na Semana dos Namorados, o TO Em Notícia ouviu o psicólogo Hytalo Mangela, especialista no assunto que mexe com todos nós. Ele explica como padrões inconscientes influenciam nossas escolhas amorosas. Por trás do famoso “dedo podre” nos relacionamentos, pode existir algo muito mais profundo do que o azar ou a falta de sorte no amor. O profissional  comenta  sobre um padrão afetivo que muita gente conhece na prática, mas poucos entendem de fato. “A ideia do ‘dedo podre’ nasce da crença de que a pessoa não consegue escolher um parceiro ou parceira que a faça feliz. Mas, na verdade, nós nunca nos apaixonamos pelo que o outro tem, e sim pelo que idealizamos dele”, aponta.

Ainda de acordo com Hytalo Mangela, essa idealização muitas vezes está contaminada por algo que falta dentro de nós. E é justamente essa ausência que o outro parece preencher, mesmo que temporariamente. “Costumo dizer que a gente se apaixona não pelo que o outro tem, mas pelo que falta em nós.”, completa.

A questão, segundo o psicólogo, é que, quando a referência de relacionamento vem de experiências tóxicas ou disfuncionais, essa também será a base para as próximas escolhas. “Enquanto não acessarmos o nosso inconsciente e não entendermos esses padrões, vamos continuar chamando isso de destino”, afirma, citando Carl Jung: “Enquanto não tornarmos o inconsciente consciente, ele vai dirigir nossa vida e nós vamos chamá-lo de destino.”

Um exemplo clássico dado pelo psicólogo é o da pessoa que sempre se envolve com parceiros que a abandonam. “Ela acredita que se encantou pelo carinho, pela atenção… mas, na verdade, o que a atraiu foi justamente o carinho no conta-gotas. Essa dinâmica ativa no inconsciente uma sensação de necessidade e apego, mesmo sabendo que aquilo pode terminar em dor.”

O ciclo se repete e o tal “dedo podre” vira um padrão difícil de quebrar. Mas há saída. “A psicoterapia é o caminho para entender esses mecanismos e, a partir disso, fazer escolhas diferentes. O que era automático passa a ser consciente. E quando a gente entende, a gente muda”, conclui Hytalo Mangela.

Relações terminando cada vez mais cedo 

O Portal TO Em Notícia buscou dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o cenário das relações no Brasil. Entre 2010 e 2022, o tempo médio entre o casamento e o divórcio caiu de 16 para 13,8 anos no Brasil, segundo relatório mais recente divulgado no primeiro trimestre de 2025. Além disso, os divórcios que ocorrem após 20 anos de união passaram de 36% para 26,4% no mesmo período, indicando que os términos estão acontecendo cada vez mais cedo.

Esse cenário acompanha o crescimento de 8,6% no número total de divórcios entre 2021 e 2022. Em média, os homens se divorciaram aos 44 anos e as mulheres aos 41. Os números refletem não apenas mudanças sociais, mas também podem indicar a repetição de padrões  nas escolhas afetivas, o que contribui para relações mais breves e instáveis.

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